Existem na sociedade duas principais instituições responsáveis pela formação moral e ética das crianças e jovens: a família e a escola.

A família seria o primeiro contato da criança com o mundo, onde ela aprende alguns valores e determinadas regras de convívio comuns aos seus membros. Mas no ambiente familiar, apesar de acontecerem conflitos, as relações são estáveis, e por mais que a criança não se adeque corretamente ao ambiente, ou apresente determinadas atitudes centradas apenas em si mesma, seus pais não deixarão de ser seus pais, e seus irmãos continuarão sendo seus irmãos.

À família cabe ajudar a criança na construção da sua identidade e da sua autoestima, além de fornecer à criança segurança e apoio. Sabemos que nem todas as famílias conseguem ser lugar de proteção, por isso muitas vezes nos deparamos com alunos indisciplinados, violentos ou indispostos aos estudos.

Na escola a criança tem contato com a vida pública e precisará se relacionar com os pares, que trarão uma diversidade de valores e pontos de vista. Dessa forma, para aprender a conviver, o aluno precisará vivenciar cotidianamente nas relações a escuta ativa, o diálogo e desenvolvimento da cooperação e da empatia. Situações de conflito na escola, quando mediadas de forma democrática e dialógica, são excelentes oportunidades para que as crianças aprendam a ouvir, argumentar, expor sentimentos, ponderar suas ações, entre outros valores. Sendo assim, a escola não pode se eximir da responsabilidade de oferecer um ambiente que favoreça as boas relações e o respeito mútuo. Algumas escolas ainda não se preocupam com o desenvolvimento das competências sociomorais e emocionais, focando suas ações apenas na transmissão dos conteúdos, esquecendo que dentre suas funções (se não a principal), segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9194/96), é ser espaço de formação de cidadãos e difusão de valores que expirem cidadania e ética.

Para que a escola inspire valores éticos ela precisa ser ética em todas as ações do seu dia-a-dia, e não só em determinados momentos ou em projetos pontuais que trabalhem o tema. Ela precisa ser organizada pedagogicamente com propostas pontuais e situações que deem lugar às interações sociais, lembrando sempre que a criança é indivíduo histórico e que traz cultura, e que deve participar das decisões democráticas do espaço em que ocupa. Professores, independente da área em que atuam, devem desenvolver e trabalhar as competências socioemocionais em seus alunos.

A escola precisa dialogar e abrir espaço para a reflexão, para assim termos uma sociedade moralmente autônoma no futuro, lembrando sempre que nesse processo as famílias também devem participar, construindo uma relação de cooperação para o pleno desenvolvimento das crianças, pois esse é um trabalho que deve ser compartilhado.

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