Escolhi este tema para justificar e me desculpar pela demora em postar textos mas a verdade é que a autocobrança me fez pensar sobre o tema que dá título a este texto.

Vejam bem, se já é difícil falar o que pensamos, mesmo tendo o recurso da linguagem corporal como gestos, “caras e bocas”, imaginem registrar todos estes recursos juntos graficamente. Explicando melhor, os gestos que fazem parte da explicitação das nossas ideias, ao escrever, transformam-se em pontuações que devem ser claramente representadas, sendo transformadas de símbolos gestuais em símbolos gráficos.
Além disto, ao escrever, não podemos contar com o recurso da presença do interlocutor, para dar o retorno, também gestual e regulador, do entendimento que está tendo das ideias que pretendemos comunicar.

Como se não bastassem estas dificuldades (que já não são pequenas), temos que discorrer sobre o assunto com coerência quanto ao conteúdo, encadeando o assunto com lógica, sem declinar da forma, ou rigor gramatical.
Para isso é preciso escolher o tipo de estrutura de texto, seguindo as suas regras que servirão para que o leitor entenda a mensagem.

Será uma carta? Um bilhete? Um e-mail? Uma dissertação? Uma notícia?
Na escola muitas vezes vale apenas o: é para nota? (só para refletir na falta de significado da tarefa e sua influência na produção do nosso aluno)

O objetivo da escrita é que define a estrutura de texto que vamos escolher.

Para escrever precisamos ter dois tipos de conhecimento, o conhecimento de mundo (o assunto e os temas envolvidos), e o conhecimento lexical (da língua).
Precisamos também saber claramente a quem se destina, quem é o leitor, seu grau de escolaridade, seu conhecimento sobre o assunto.

Será um texto para leigos ou acadêmicos?

Quando o assunto é específico de uma área de estudo, possui uma linguagem técnica. com palavras que resumem conceitos para facilitar a comunicação. Se este mesmo texto é para o público em geral, esses conceitos têm que ser definidos no texto para atingir o mesmo objetivo.

Some-se a tudo isto o fato de que temos que organizar o assunto durante a escrita, ou seja, a necessidade de exposição organiza o nosso pensamento que não se encontra pronto de forma clara e didática antes de organizado na forma gráfica.

Ao fazermos isso, a primeira organização pode nos parecer clara, no entanto, basta nos afastarmos do texto por um período curto, um ou dois dias, que já perceberemos trechos obscuros, e isto para nós, os autores do texto, imaginem para quem vai lê-lo!

Quando escrevo, ao ler dias depois o que escrevi, corrijo sempre e em muitos aspectos. Diria até que para mim um texto nunca esta terminado, como uma pedra bruta que nunca esta lapidada.

É por isso que alguns deles eu reescrevo, sempre na esperança de me fazer entender melhor. Também é por isso que alguns se tornam eternos rascunhos, mas é um prazer sentir que uma ideia esta pronta para iniciar este difícil diálogo com você, leitor desconhecido e para quem nos esmeramos tanto para alcançar um encontro com a subjetividade.

Como disse Madalena Freire:”Escrever dá muito trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a sí, o mundo. Envolve, exige exercício disciplinado de persistência, resistência, insistência, na busca do texto verdadeiro, aquele que”o homem escreve com o seu próprio sangue””

Maria Helena Bitelli Baeza Sezaretto
Psicóloga / Pedagoga
Psicopedagoga
Especialista em Gestão de Qualidade
Pós graduanda em A Moderna Educação (2022)

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