Trabalhar com a educação inclusiva é, talvez, um dos meus maiores desafios atualmente.
Atender, acolher, planejar, orientar, estudar, estudar, estudar,… Refletir, repensar e agir na prática, entendendo que diariamente entramos em contato com a singularidade humana, equilibrando os anseios entre o real e o ideal.
Há dias bons, dias não tão bons.
Dias em que uma noite de sono mal dormida pode influenciar fortemente o comportamento da criança na escola ou a sua atenção, que o caminho traçado até a escola pode não ser o costumeiro e desencadear um período de desregulação ou a proposta de atividade pode gerar angústia e ansiedade deixando o aluno em crise. Dias de distração, dias de desatenção, dias agitados, dias foco, dias calmos e produtivos.
Dias que a atividade planejada não consegue ser realizada. Dias que tudo o que foi organizado precisa ser revisto e mudado. Dias em que tudo sai conforme o esperado. Dias de alegria quando as coisas vão além do esperado.
Não é linear, nem previsível, e preciso sensibilidade e olhar singular. Planejar.
Trabalhar com a inclusão na escola não é como num atendimento em clinica, apenas terapeuta e paciente. A escola tem barulho, tem conversa, tem colegas, tem frustração e distração. Tem vários professores. Todo um contexto que precisa ser compreendido para que a aprendizagem possa fluir.
Trabalhar com a inclusão é exercitar a empatia a todo momento, e acima de tudo, passar a ver as pequenas conquistas como grandes vitórias.
É mudar o olhar sobre as coisas…
Uma sequência de atividades concluída, uma quadrilha dançada, um tarde sem crise, uma atividade de leitura sem interferência, uma palavra escrita sem recurso, um problema resolvido sem auxílio, uma brincadeira compartilhada, um olho no olho…
Trabalhar com a inclusão escolar faz com que a gente valorize as pequenas coisas e reforça que a grande magia está em compreender que a vida é a somatória das pequenezas.
Um passo de cada vez. Degrau por degrau. Sempre em frente. Incrivelmente especial.”